Memória descritiva da imagem:
Na perspetiva em que urge o combate à poluição que ameaça a vida marinha e o nosso planeta, é necessário repensar e modificar os nossos comportamentos em relação à aquisição, uso e posterior rejeição dos objetos e materiais que já não necessitamos.
Nesta composição, salienta-se, através da representação de um polvo (animal muito comum da nossa costa) enfurecido com a quantidade de lixo que foi largado irresponsavelmente no chão, acabando por ser arrastado até ao mar, a sua casa. A sua localização, no desenho, surge sobre a sargeta, uma das portas “diretas” do meio terreste com o marinho.
Podemos observar preso ao polvo o lixo recolhido pelas águas revoltas, como objeção ao que é encaminhado nas sargetas e sumidouros pelas águas pluviais. Os animais marinhos que o circundam, dividem-se entre espectadores estupefactos e distraídos, ainda, sem consciência do perigo que os rodeia. À semelhança da consciência humana.
Na realidade, o mar e a terra estão fortemente ligados e dependem um do outro, para sobreviver. Estes animais marinhos estão desenhados sem o fundo azul, remetente à representação de água ou do meio aquático, porque na realidade podem ser, cada um de nós, no nosso cotidiano e no nosso dia a dia. Os animais marinhos vivem num ambiente poluído, tal como o ser humano.
O contraste entre os animais coloridos e o fundo cinza do chão, também enaltece a comparação entre a biodiversidade e beleza natural dos meio aquático limpo e saudável em oposição às águas poluídas em que as “ilhas de lixo” sob os oceanos e mares bloqueiam a luz do sol, sufocando a vida marinha. Para além deste fator, acresce a ingestão dos micro plásticos e a incapacitação ou aprisionamento dos animais marinhos levando-os a uma morte prematura e sofrida.
Em súmula as nossas ações são o reflexo do seu habitat. Eles “vivem” em cada espaço nosso e é por isso mesmo que cuidando e preservando o que nos rodeia, respeitamos e coexistimos saudáveis e livres.

Fotografia com a proposta de imagem a pintar: